Comer peixe é saudável e pouca gente questiona esse fato. Mas quando se pergunta por que, poucos têm resposta pronta. Mas essas respostas existem e mostram o alto valor nutritivo da carne de peixe. Esse valor está presente tanto nos peixes da água doce quanto nas espécies marinhas.
No Amazonas, estado brasileiro onde há o maior consumo de pescado por pessoa no país, estudo demonstra que a carne de diversos peixes da região possui elevados níveis de proteína, sais minerais e ácidos graxos para uma dieta saudável e balanceada.
As espécies estudadas foram pacu, jaraqui, branquinha, curimatã, pirapitinga, aracú e mapará. Segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura, o amazonense consome cerca de 35 kg de peixe por ano enquanto a média nacional está entre 7 e 8 kg.
O estudo, realizado pelo pesquisador Rogério de Jesus (Inpa) traçou o perfil nutricional das espécies através da sua composição química básica, minerais, ácidos graxos e aminoácidos.
Proteínas e minerais dos peixes
De acordo com o estudo, a maioria das espécies apresentou concentrações de proteína entre 18 e 20 gramas para cada 100 gramas de carne. Segundo o pesquisador, os perfis de aminoácidos observados sugerem um alto valor biológico das proteínas nas espécies analisadas. "São proteínas nobres, de alto valor nutricional", afirma.
A concentração de lipídios (gordura) variou entre 1,4 e 3,1 gramas por 100 gramas de carne. O mapará foi a única espécie estudada que se diferenciou das demais, com concentrações de gordura mais altas (21g/100g) e menor valor proteico (11g/100g).
Nos peixes estudados, o trabalho mostra ainda que a presença de minerais como cálcio, ferro, zinco, sódio, potássio e selênio podem suprir as principais deficiências minerais das populações vulneráveis da Amazônia. "Todas as espécies são capazes de atender às recomendações diárias, mesmo para um adulto", diz Rogério.
Minerais prejudiciais, como mercúrio, arsênio e cromo, ocorreram em níveis bem abaixo do limite máximo recomendado para pescado.
Ômega
Foram observadas no estudo altas concentrações de ácido palmítico (19,8 a 31,8%), e ácido oleico ou ômega 9 (17,0 a 53,9%), fundamentais para o metabolismo humano pois atuam na síntese de hormônios e na absorção de vitaminas.
Outra importante descoberta foi a ocorrência de ácidos linoleico e linolênico em concentrações similares às dos peixes marinhos brasileiros. O ácido linoleico foi estudado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) e apresenta efeitos importantes no metabolismo das gorduras do corpo. Já o ácido linolênico auxilia no sistema imune e reprodutivo e no metabolismo do colesterol, entre outras qualidades.
(fonte: Paulo Renno, professor de Educação Fisica)
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