Drogas antiinflamatórias como o Vioxx, retirado do mercado após descobertas ligações do remédio com problemas cardíacos, podem trazer riscos semelhantes, alertaram dois estudos publicados na última edição do "New England Journal of Medicine".
A empresa farmacêutica Merck anunciou na semana passada a retirada do Vioxx do mercado mundial, depois que um estudo revelou que seu uso aumenta os riscos de derrames e ataques cardíacos. O remédio é usado no tratamento de artrite e dor.
Publicados duas semanas antes do previsto, os estudos visam informar melhor médicos e pacientes sobre os riscos que representam medicamentos similares ao Vioxx, inclusive o popular Celebra, do laboratório Pfizer.
A pesquisa, realizada em 1999, quando Vioxx e Celebra foram aprovados pela FDA (Food and Drug Administration, entidade que regula alimentos e medicamentos nos Estados Unidos), sugere que todos os medicamentos deste tipo têm efeitos semelhantes.
Eles atuam da mesma forma no combate a inflamações, enquanto limitam efeitos colaterais como o mal-estar estomacal, comuns em antiinflamatórios tradicionais. No entanto, neste processo, eles bloqueiam uma substância que ajuda a proteger o coração, afirmou o cardiologista Garret Fitzgerald, da Universidade da Pensilvânia (EUA), que conduziu um dos estudos, financiado por duas empresas farmacêuticas.
"Eu acredito que é um efeito desta classe [de medicamentos, que inclui tipos similares, como o Celebra ou Bextra]", disse Fitzgerald. O Bextra, que chegou ao mercado em 2001, é a nova medicação do laboratório Pfizer para o tratamento da dor.
O cardiologista alertou a FDA para modificar a informação nas embalagens e alertar médicos e pacientes sobre os riscos.
A diretora médica da Pfizer, Gail Cawkwell, disse em um comunicado que "as informações sobre o Celebra são volumosas e excedem, na proporção de pacientes estudados e na abrangência destes estudos, às informações sobre o Vioxx".
FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u12528.shtml
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