Sérgio Vaisman

 

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Estatinas-Uma análise crítica ao artigo da Veja

Há duas semanas atrás, a revista Veja publicou um artigo sobre as ESTATINAS, substancias usadas para diminuir os níveis de colesterol,incentivando seu uso por todas as pessoas que queiram diminuir seus riscos de problemas cardíacos, assim como prevenirem doença de Alzheimer,diabetes,esclerose múltipla e outras mais.Para quem não conhece,as estatinas podem ser vistas como o esperado milagre "salvador" de todos os males.
Observando atentamente,o artigo enalteceu uma série de vantagens atribuídas a esse tipo de medicamento,não se referindo pràticamente à possibilidade de efeitos colaterais,apenas discretamente comentado por um médico que alertou para os contra-efeitos musculares.
Diante de toda a panacéia apresentada,vale a pena conhecer alguns fatos e julgá-los posteriormente. Em 1.987,um renomado laboratório americano lançou a primeira estatina no mercado,denominada Mevacor (nome comercial).Trabalhos científicos concluíram que esta substancia fazia o organismo perder grandes quantidades de COENZIMA Q10,um importante fator energético para as células.Foi conferido ao laboratório fabricante a patente para adicionar a Coenzima Q10 à formula da estatina para prevenir certos efeitos colaterais importantes.Essa autorização não foi aceita pois a indústria concluiu que a adição dessa importante substancia encareceria por demais o produto final.Desta forma,acenou com um "dane-se" e foi à campanha de catequização dos médicos em todo o mundo,convencendo-os dos milagres que as estatinas poderiam produzir.Com o passar do tempo,várias estatinas foram lançadas,sempre com as mesmas promessas,e foram aparecendo casos espalhados que evidenciavam sérios e persistentes efeitos colaterais,principalmente as dores musculares crônicas e a RABDOMIÓLISE, uma degeneração das fibras musculares que pode levar a lesões renais graves e até à morte.Os laboratórios fabricantes das estatinas se mantiveram em silêncio quanto a esses efeitos e foram obrigados a tomar algumas providências,inclusive a retirada do mercado de um produto que era largamente prescrito,o LIPOBAY,devido aos sérios efeitos colaterais que produzia.
Médicos sérios como o Dr. Sidney Wolfe,diretor do Public Citizen´s Health Research Group,alertam para o fato de que,atendendo a pedidos de grandes indústrias farmaceuticas, os estudos para aprovação desse tipo de medicamento são feitos precàriamente e sem os rigores impostos a tantos outros,liberando-os para uso bem antes do que deveria ser. O último lançamento desse grupo de substancias é o da ROSUVASTATINA, lançada com o nome comercial de CRESTOR, altamente suspeito por provocar mais facilmente problemas de degeneração muscular e lesões renais,está no mercado para deleite de quem o comercializa e com forte apêlo de propaganda,esperando ser um baluarte na prevenção de doenças cárdio-vasculares e outras degenerativas.
A indicação das estatinas para a prevenção e tratamento de Alzheimer,esclerose múltipla,diabetes e,até o cancer,são especulações que pretendem distribuir ilusões e,consequentemente,VENDER MAIS.Trabalhos científicos sérios liderados pelo Prof. Muldon(Univ.da Califórnia) e apoiados por autores como King,Orsi e Wagstaff,entre 2.001 e 2.003,concluíram que as estatinas podem provocar DIMINUIÇÃO DA CAPACIDADE MENTAL DE IDOSOS.Ora,com essas conclusões,como acreditar que elas previnem estados de demência? O mesmo Muldon,em outro ensaio de pesquisas,concluiu que o uso prolongado das estatinas pode PROVOCAR câncer e não prevení-lo.
Como acreditar?Já sabemos que as estatinas diminuem nossas reservas de serotonina,propiciando casos de depressão,aumentam as chances de se adquirir catarata e aumentam os níveis de homocisteína no plasma,aumentando riscos de doenças cardíacas e degenerações cerebrais,por outros mecanismos de ação.Então,como acreditar?O que me causa espanto é o fato de que o médico deixou de lado o seu principal papel que é o de ORIENTAR os pacientes para que tenham um curso de vida com menos problemas e com MAIS SAUDE. Ao invés de programar medidas para melhoria de estilo de vida e,consequentemente o usufruto da qualidade de vida,fica mais cômodo receitar um remédio e deixar o indivíduo tomando por tempo indeterminado até que os efeitos colaterais apareçam e o faça procurar outros especialistas,conformando-se com o fato de estar doente.
Não pensem que não prescrevo estatinas. Reservo seu uso para o caso de pacientes com fortes riscos de problemas,por tempo determinado,até que os fatores potencialmente causadores desses problemas sejam controlados quando,aí sim,procuro disciplinar o indivíduo dentro das medidas saudáveis que o mantenham livre do uso dos excessos de medicamentos,aguardando pelo aparecimento dos efeitos colaterais.Acho lamentavel assistir a esse desfile de propaganda que enaltece produtos que sabidamente irão comprometer nossa saude se usados em demasia.
Segundo o Prof. Muldon, eminente cientista ,"as drogas para baixar o colesterol não estão apenas sendo muito usadas,mas MAL utilizadas."
(julho de 2.004)

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