Sérgio Vaisman

 

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A infalibilidade médica

Num artigo publicado na revista British Medical Journal,foi recentemente analisado que os médicos em geral, particularmente os que praticam a Clínica privada, parecem ser portadores do ar da infalibilidade.Eles não apenas possuem os mágicos poderes de controlar saúde e doença, inclusive a morte, como não são capazes de admitir que cometem erros. Isso é mais facilmente transferido para a enfermagem. Entretanto, uma descoberta surpreendente foi o fato de 14 médicos veteranos e experientes da Grã-Bretanha terem admitido seus erros no passado,alguns dos quais resultaram em mortes de pacientes. Suas confissões tiveram a finalidade de alertar jovens médicos para passarem a admitir a falibilidade de seus procedimentos.
Admitir um sério erro pode, realmente, interferir na carreira do médico e, quem sabe, acabar com a mesma.Isso pode envolver a reputação de um hospital ou entidade profissional ao que o médico pertença mas a principal razão alegada para não se admitir as falhas é a “falta de tempo”. Se este é o caso, por que os respeitáveis 14 médicos tiveram a facilidade de admitir seus erros e eles não só tiveram tempo para isso como também não imputaram as falhas ao sistema de trabalho, como equipamentos, auxiliares para-médicos ou procedimentos?
É importante se comentar este tipo de tópico envolvendo a classe médica porque existiu um tempo em que a “infalibilidade” médica era um fator inquestionável pois o profissional dedicava-se à tentativa de recuperação do seu paciente, independentemente do tempo que isso poderia lhe tomar assim como havia uma consciência humana acima de qualquer outro interesse que, mesmo que errando, haveria o justo perdão pela intenção de não errar.
Fica a certeza de que, à medida que o tempo passa, menos tempo tem o médico para dedicar-se ao seu paciente pois, e principalmente, com a mudança dos sistemas de saúde, a impersonalidade tomou conta da quase extinta relação médico-paciente, favorecendo mais e mais erros profissionais que nós, médicos, temos a obrigação de admitir que existem. Não estamos acima dos humanos.
(outubro de 2.005)

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