Sérgio Vaisman

 

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Remédio para evitar câncer aumenta risco cardíaco
Mulheres que sofrem de problemas cardíacos ou com alto risco desse tipo de complicação estariam trocando um perigo por outro ao tomar a droga raloxifeno para tentar evitar câncer de mama, sugere um novo estudo. A droga ajudou a evitar o câncer, mas elevou o risco de coágulos e derrames. Ela também não reduziu o risco de morte, hospitalização ou ataque cardíaco, como se esperava.

Cientistas vinham testando a droga como uma alternativa ao tamoxifeno para evitar câncer de mama e reduzir o risco cardíaco, efeitos que se acreditava que a terapia de reposição hormonal poderia ter, até alguns anos atrás.

Mas com base nos novos resultados, "a maioria abriria mão de tomar raloxifeno", a menos que o risco de câncer de mama seja muito alto, disse a médica Linda Vahdat, diretora de pesquisa de câncer de mama na Faculdade de Medicina Weill Cornell. A médica não tomou parte no estudo, que envolveu 10.101 mulheres pós-menopausa, nos EUA e 25 outros países. Os resultados sairam na edição de julho de 2006 do New England Journal of Medicine.

Muitos dos autores do trabalho são funcionários ou atuam como consultores para o laboratório Eli Lilly & Co., que produz o raloxifeno. A droga é vendida para o combate á osteoporose, mas a empresa busca permissão para vendê-lo como um meio de prevenção do câncer.

Uma droga semelhante, tamoxifeno, é usada há tempos para evitar tumores cujo crescimento depende do hormônio estrógeno. Um estudo federal americano reportou que o raloxifeno é igualmente útil, e tem menos efeitos colaterais. Alguns médicos, no entanto, discordaram quanto à verdadeira diferença nesses efeitos.

O estudo federal comparou as duas drogas em mulheres com alto risco de câncer de mama. O novo pegou um grupo diferente - com alto risco de problemas cardíacos.
 
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