Sérgio Vaisman

 

Minha Opinião

   

Artigos

   

News

 

    News

Links

   

Fale Comigo

   
       

Imprimir
Clique aqui para imprimir

Alimentos que passaram de vilões a mocinhos
Enquanto a ciência tentava comprovar a parcela de culpa da
alimentação nos problemas de saúde, uma lista crescente de alimentos
ia para o 'banco dos réus' e para fora dos pratos de muita gente. Foi
dessa forma, por exemplo, que o ovo virou inimigo número 1 de quem
precisava reduzir o colesterol e o café, um veneno para quem sofria de
gastrite.
Felizmente, os avanços nos estudos, nos últimos anos, mostraram que
certos 'vilões', além de saborosos, são, na verdade, mais mocinhos do
que aparentam. Não apenas porque se descobriu que esses alimentos
também apresentam nutrientes que fazem maravilhas ao organismo. Mas,
especialmente, pela comprovação de que o verdadeiro perigo está na
forma como se come - e não necessariamente no alimento que é
consumido.
A receita de bem-estar e vida longa em frente à mesa é simples,
garante o médico Paulo Olzon Monteiro da Silva, chefe da disciplina de
Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 'Alguns
alimentos devem ser ingeridos com parcimônia, em quantidades
reduzidas',orienta o médico.
Confira, a seguir, os mitos e verdades relacionados a alguns alimentos
que passaram de vilões a mocinhos:

Abacate: o que diziam dessa fruta: muito calórica, era proibida na
dieta de quem desejava emagrecer. Por ser bastante oleoso, algumas
pessoas acusavam o abacate de ser um alimento rico em colesterol.
Detalhe: esse tipo de gordura só existe em fontes de origem animal. Ou
seja, jamais seria encontrado em uma fruta.

Qual o seu lado mocinho: por conter pouca água, a fruta tem alta
concentração de vitaminas e minerais. O abacate é ainda benéfico para
o sistema digestivo, para o fígado e para o sistema imunológico. E
olhe a ironia: por ser rico em ácido oléico (uma gordura
monoinsaturada, gordura do bem que dá a oleosidade da fruta), o
abacate previne o colesterol ruim (LDL) e mantém os níveis do
colesterol bom (HDL).

Café: o que falavam da bebida: que provocava gastrite, elevação da
pressão arterial, agitação e insônia. Corriqueira no cardápio
nacional, a bebida, que inclusive dá nome ao desjejum (café da manhã),
era ainda relacionada à má absorção de cálcio, o que poderia
contribuir para enfraquecer os ossos. Segundo especialistas, esse
malefícios dependem muito mais do grau de sensibilidade de algumas
pessoas à cafeína.

Qual seu lado mocinho: pesquisas apontam que o consumo moderado da
bebida auxilia na concentração e na memória, diminuindo os riscos de
doenças degenerativas. Há ainda evidência de que ele tenha efeito
positivo na melhora do humor e em casos de depressão

Chocolate: o que diziam dessa guloseima: era sinônimo de gordura e
açúcar em excesso, por isso de alto teor calórico. Risco certo para o
coração, por ser uma fonte de colesterol, o chocolate foi riscado do
cardápio de pessoas preocupadas em emagrecer ou com problemas
cardíacos.

Qual o seu lado mocinho: acredite se quiser, mas o doce ajuda a
relaxar e até a dormir. Quem defende a idéia é o médico Guenther Von
Eye, professor adjunto de Medicina Interna da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. 'O chocolate libera endorfina, substância ligada à
sensações de prazer e bem-estar, por isso ajuda a pessoa se sentir
bem. Por isso, inclusive, que há sempre um bombom nos quartos de
hotéis', completa o médico.

Publicada pela agência internacional de notícias Reuters, uma pesquisa
realizada por Ian Macdonald, da University of Nottingham Medical
School, na Inglaterra, aponta ainda que o flavanol (substância
presente no cacau) aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro - o que pode
ser uma esperança no tratamento de danos vasculares. Mas não exagere.
O doce é calórico sim e somente até 6g de chocolate por dia pode ser
considerada uma quantidade de consumo saudável.

Ovo: o que diziam dele: rico em colesterol, o ovo foi, por muito
tempo, considerado o principal inimigo de pessoas com problemas
cardíacos. 'As pessoas só não sabem que 70% a 80% do colesterol são
produzidos pelo fígado, só o restante vem da alimentação', alerta o
médico Paulo Olzon, da Unifesp.

Qual seu lado mocinho: 'Quando consumido sem exagero, o ovo apresenta
risco somente para pessoas com predisposição genética a produzir de
forma elevada o colesterol pelo fígado', ensina a nutricionista Eliana
Cristina de Almeida, professora da Unifesp.

Segundo Eliana, o ovo é ainda uma fonte rica em proteínas, vitaminas
lipossolúveis (que, entre outras funções, também tem ação
antioxidante), minerais e gordura insaturada (uma gordura do bem). 'O
ovo tem substâncias de proteção contra a arteriosclerose, por exemplo.
O importante é não exagerar na dose, pois todo alimento em excesso
traz prejuízos ao organismo', finaliza.

E não é só. A gema oferece uma grande concentração de colina. Essa
substância reveste a membrana das células (incluindo as células
nervosas do cérebro) e não é produzida pelo organismo. Por isso, comer
ovo é uma forma de garantir a integridade celular. Outra função da
colina é formar a acetilcolina - um neurotransmissor relacionado às
funções de aprendizado e memória.

(fontes:Eliana Cristina de Almeida - nutricionista, professora da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp);Guenther Von Eye - professor adjunto de Medicina Interna da Universidade Federal de Medicina do Rio Grande do Sul;Paulo Olzon Monteiro da Silva - clínico geral, chefe da disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp);Rosana Perim-nutricionista, gerente de nutrição do Hospital do
Coração de São Paulo (HCor);

 
Home